A primavera chegou. Em São Paulo, o friozinho e a cor chata não condiziam com a proposta da nova estação. Do asfalto, cinza. Do céu, chuva. Sinceramente, tais coisas que acabei de escrever não faziam do meu sorriso o mais sincero tampouco meu humor legal. O temperamento estava volúvel, é verdade! São coisas de mulher. Coisas que só uma mulher poderia entender.
Em determinados períodos as mulheres são assim mesmo. Posso até compará-las com a própria natureza; impetuosas e cínicas, atacando a todos com palavras e atitudes grosseiras como a tempestade forte, o vento frio e os trovões barulhentos. Somos ingratas como a alteração do tempo, que mudam sem avisar e pegam desprevenidas as pessoas que estão ao redor.
“Poxa vida”, pensei! “Será que sou a única que me sinto assim? Angustiada, cobrada, derrotada?”...
Me “policiei” para não machucar ninguém inocente, afinal de contas, isso é muito perigoso. Fiquei no meu canto, observando as atitudes das minhas amigas, todas lindas, cada uma com sua particularidade, seu estilo, forma de falar, gesticular, se vestir. É linda a forma como as mulheres passam as mãos em seus cabelos, arrumam a blusa, enfim... Reparando em todos esses detalhes, até a mulher que foge do padrão de beleza atual se torna muito interessante.
Uma de minhas amigas está prestes a se casar. Ela entrou na sala onde eu estava, toda falante, contando as coisas que ainda faltavam para sua nova casa, das dificuldades em selecionar os convidados, da falta de dinheiro, dizendo-se ansiosa para o grande dia. Imaginei que ela pudesse estar cansada. Aliás, posso afirmar que ela realmente estava cansada, mas satisfeita. De certa forma, aquela conversa me fez sentir melhor. Como se por acaso as minhas pilhas tivessem sido recarregadas. Esse é o tipo de coisa que só uma mulher pode entender.
Lembrei de outra pessoa, que certa vez desabafou sobre as dificuldades que sentia ao chegar na menopausa. Os hormônios impetuosos que causam alteração de humor, de apetite sexual e falta de disposição estavam lhe castigando. A menstruação é uma companheira da mulher durante uma vida. Acredito que a ausência dela gera conflitos difíceis de assimilar assim, de pronto. Mas essa é apenas mais uma missão impossível para o sexo feminino. Mais uma vez, repito: coisas que só uma mulher poderia entender.
Mesmo fadigada com meus pensamentos e não demonstrando tanta satisfação, dediquei aquele dia de primavera a filosofar sobre o sexo feminino. A maternidade, o lar, o marido, o trabalho, o sexo... Tudo isso é que a faz de uma mulher, ser realmente uma mulher.
É besteira, mas naquele dia, antes de dormir pensei: “Será que alguém entenderia as coisas que estou entendendo?”. Naquele instante entra no meu quarto a Lurdinha, minha gatinha de estimação de 15 anos, com seus passos lentos, gorda que ela só. Miou pra mim como se pedisse licença pra pular na minha cama, encostou de focinho gelado em meu rosto e se aconchegou. “Eu sei, eu sei Lurdinha. Você me entende...”. Só uma mulher entende outra mulher, independente de sua natureza.
Em determinados períodos as mulheres são assim mesmo. Posso até compará-las com a própria natureza; impetuosas e cínicas, atacando a todos com palavras e atitudes grosseiras como a tempestade forte, o vento frio e os trovões barulhentos. Somos ingratas como a alteração do tempo, que mudam sem avisar e pegam desprevenidas as pessoas que estão ao redor.
“Poxa vida”, pensei! “Será que sou a única que me sinto assim? Angustiada, cobrada, derrotada?”...
Me “policiei” para não machucar ninguém inocente, afinal de contas, isso é muito perigoso. Fiquei no meu canto, observando as atitudes das minhas amigas, todas lindas, cada uma com sua particularidade, seu estilo, forma de falar, gesticular, se vestir. É linda a forma como as mulheres passam as mãos em seus cabelos, arrumam a blusa, enfim... Reparando em todos esses detalhes, até a mulher que foge do padrão de beleza atual se torna muito interessante.
Uma de minhas amigas está prestes a se casar. Ela entrou na sala onde eu estava, toda falante, contando as coisas que ainda faltavam para sua nova casa, das dificuldades em selecionar os convidados, da falta de dinheiro, dizendo-se ansiosa para o grande dia. Imaginei que ela pudesse estar cansada. Aliás, posso afirmar que ela realmente estava cansada, mas satisfeita. De certa forma, aquela conversa me fez sentir melhor. Como se por acaso as minhas pilhas tivessem sido recarregadas. Esse é o tipo de coisa que só uma mulher pode entender.
Lembrei de outra pessoa, que certa vez desabafou sobre as dificuldades que sentia ao chegar na menopausa. Os hormônios impetuosos que causam alteração de humor, de apetite sexual e falta de disposição estavam lhe castigando. A menstruação é uma companheira da mulher durante uma vida. Acredito que a ausência dela gera conflitos difíceis de assimilar assim, de pronto. Mas essa é apenas mais uma missão impossível para o sexo feminino. Mais uma vez, repito: coisas que só uma mulher poderia entender.
Mesmo fadigada com meus pensamentos e não demonstrando tanta satisfação, dediquei aquele dia de primavera a filosofar sobre o sexo feminino. A maternidade, o lar, o marido, o trabalho, o sexo... Tudo isso é que a faz de uma mulher, ser realmente uma mulher.
É besteira, mas naquele dia, antes de dormir pensei: “Será que alguém entenderia as coisas que estou entendendo?”. Naquele instante entra no meu quarto a Lurdinha, minha gatinha de estimação de 15 anos, com seus passos lentos, gorda que ela só. Miou pra mim como se pedisse licença pra pular na minha cama, encostou de focinho gelado em meu rosto e se aconchegou. “Eu sei, eu sei Lurdinha. Você me entende...”. Só uma mulher entende outra mulher, independente de sua natureza.
Ana Cláudia Faccin - em Meros Devaneios Tolos www.anafaccin.blogspot.com